Carlos Eduardo Cherem
Do UOL, em Belo Horizonte
Do UOL, em Belo Horizonte
O ex-prefeito de Diamantina (MG), Gustavo Botelho Júnior, teve o
registro de sua candidatura cassado e está impedido de tomar posse em 1º
de janeiro como vice-prefeito da cidade (292 km de Belo Horizonte) na
chapa vitoriosa de Paulo Célio, que obteve 52% dos votos válidos nas
eleições deste ano.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cassou
Botelho, na segunda-feira (17), baseado na Lei de Inelegibilidades, que
torna inelegível quem tiver contas relativas ao exercício de cargos ou
funções políticas rejeitadas por irregularidade insanável que
caracterize ato doloso (com intenção) de improbidade administrativa.
Botelho foi prefeito de Diamantina em dois mandatos, entre 2001 e 2008,
e teve suas contas de 2001 rejeitadas, por ter aplicado 24,85% (R$ 2,
155 milhões) do orçamento do município em educação quando a legislação
exige um mínimo de 25% (R$ 2,167 milhões). Uma diferença de 0,15 ponto
percentual. Ou R$ 12 mil.
"Estou decepcionado. Não houve dolo
[intenção]. Tenho a minha consciência tranquila. O erro não foi meu",
afirmou nesta quarta-feira (19) o ex-prefeito. "Os meus advogados já
recorreram ao STF (Supremo Tribunal Federal). Vamos ver".
"Não foi por querer"
O ex-prefeito explica que aplicou um total de 28,66% em educação no
município, em 2001, e demonstrou isso na prestação de contas da
Prefeitura. Entretanto, após a prestação de contas ter sido apresentada
ao Tribunal de Contas do Estado, houve um incêndio no prédio do órgão,
fazendo com que nova prestação de contas fosse feita. Dessa vez, pelo
próprio Tribunal.
"Na reconstituição realizada pelo Tribunal de
Contas, no seu apanhado, foi constatado um gasto de 24,85%. Ficou
faltando 0,15 (ponto percentual), R$ 12 mil. A Câmara (de Vereadores)
aprovou a súmula do Tribunal e as contas de 2001 foram rejeitadas",
disse.
A decisão de cassar Botelho reverte o entendimento do
TRE-MG Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais, que havia concedido
registro ao candidato, que acabou sendo eleito vice-prefeito.
"Não foi por querer. Toda administração é muito difícil. Saí da
Prefeitura e achei que estava tudo sanado. Não estava", afirma Botelho.
Em São Paulo...
O ex-prefeito de Aparecida (168 km da capital) José Luiz Rodrigues teve
sua candidatura indeferida este ano pelo mesmo motivo: não aplicação do
percentual de 25% do orçamento municipal em educação.
Rodrigues
teve o pedido de registro da candidatura a prefeito novamente da cidade
indeferido pelo TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) por
ter tido as contas de 2008 reprovadas, quando estava no cargo.
As contas não foram aprovadas por insuficiência de aplicação de recursos
em educação. Rodrigues, no entendimento do TRE-SP, investiu 22,85% em
educação naquele ano. O político recorreu da decisão, mas o TSE acabou
confirmando a decisão da corte paulista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário