Diário da Manhã
da Folhapress, de Brasília
O novo mínimo passa a valer a partir de 1º de janeiro. O
reajuste será de quase 9%, equivalente a R$ 56 em relação ao valor
atual, de R$ 622.
A correção foi feita com base na alta de 2,73% do PIB em 2011
mais a variação da inflação medida pelo INPC deste ano, estimada em 6,1%
pelo governo.
A isenção de IR para trabalhadores no recebimento de lucros de
empresas era uma reivindicação antiga das centrais sindicais, que
defendiam um valor maior, na casa dos R$ 10 mil.
O caráter natalino do anúncio foi destacado no Palácio do
Planalto, depois de reunião entre a presidenta e sua equipe, numa
estratégia de ressaltar notícias positivas no final de um ano
considerado pela própria Dilma de "difícil, mas vitorioso". O PIB deve
crescer em 2012 apenas 1%, quando as previsões iniciais eram de 4,5%.
"Ela (presidenta Dilma) fez questão que isso acontecesse na
véspera do Natal", afirmou a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil),
tendo ao lado o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson
Barbosa, e a ministra Helena Chagas (Secretaria de Comunicação Social).
Os três foram convocados para trabalhar ontem, dia em que a
maioria dos servidores estava de folga. O novo valor será confirmado em
decreto da presidenta, que será publicado depois de hoje no Diário
Oficial da União.
Na semana passada, a última versão do projeto de Orçamento da
União, ainda não aprovado em definitivo pelo Congresso, estimou um
aumento do salário mínimo dos atuais R$ 622 para R$ 674,96.
O valor havia sido definido com base numa variação do INPC
(Índice Nacional de Preços ao Consumidor) estimada em 5,63%, mas o
governo alterou o cálculo para 6,1%.
O valor final do salário mínimo ficou acima da previsão feita
pelo governo quando enviou sua proposta de Orçamento em agosto – R$
670,95, quando a equipe presidencial previa que o INPC iria subir 5%
neste ano.
Lei aprovada no governo Dilma estabeleceu que a correção do
mínimo deve equivaler à variação do INPC no ano anterior mais o
crescimento do PIB de dois anos atrás. Na gestão do então presidente
Lula, essa regra era seguida informalmente.
O reajuste de quase 9% do mínimo em 2013 ficará bem abaixo dos
mais de 14% concedidos em 2012, por conta da alta de 7,5% do PIB no
último ano do governo Lula. A correção menor é considerada pela equipe
econômica como um fator benéfico no combate à inflação no ano que vem.
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