EFE
Cidade
do Vaticano, 10 mar (EFE).- Há apenas dois dias do início do conclave,
alguns cardeais eleitores celebraram missas neste domingo nas igrejas de
Roma e todos rezaram ao Espírito Santo para que 'saibam escolher' o
papa que a Igreja precisa no atual momento.
Assim afirmou o
cardeal de Sevilha (Espanha), Carlos Amigo Vallejo, que rezou uma missa
na Igreja Nacional Espanhola de Santiago e Montserrat, na capital
romana, onde, perante a pergunta se chegou o momento de um pontífice da
América ou da África, afirmou que 'Deus entende todos os idiomas e
conhece todas as cores'.
'O papa não é um maravilhoso tecnocrata. É
um pastor', acrescentou o franciscano Amigo, de 79 anos, que assinalou
que a Igreja sempre teve dificuldades, mas que sempre estará guiada por
Deus, que 'jamais deixará de sustentá-la com seus braços'.
Vallejo
considerou também que a Igreja 'não deve repetir os erros' nos quais
caiu muitas vezes, 'mas também não pode exagerá-los' e tampouco 'sentir
pena' de si mesma.
'A credibilidade da Igreja chega pelas
pessoas', ressaltou o cardeal, que assegurou que apesar da secularização
que percorre o mundo 'a Igreja não está em retirada e tem desejo de
renovação'.
Sobre estes dias de congregações preparatórias do
conclave, Amigo comentou que ser eleitor do novo papa representa 'uma
grande responsabilidade' e que entre eles há 'uma enorme paz, pois
sabemos que Deus está conosco, nos acompanha e isto é um sinal do
Espírito Santo'.
'Não há nenhum tipo de angústia, mas uma grande
serenidade, paz e o desejo de buscar aquela pessoa que pode servir
melhor à Igreja', concluiu, sem prever se este conclave será breve ou
longo.
Na mesma linha se pronunciou também o cardeal de Nova York,
Timothy Dolan, considerado um dos 'papáveis', que na missa que oficiou
na igreja de Nossa Senhora de Guadalupe, também em Roma, disse que era
impossível saber a duração do conclave.
Por sua parte, o porta-voz
vaticano, Federico Lombardi, ressaltou que os últimos conclaves duraram
dois, três ou quatro dias, ou seja, foram breves.
Um conclave que
durasse muitos mais dias poria em evidência - ressaltou - 'uma situação
bloqueada, uma falta de consenso, embora não haja motivos para pensar
que se possa chegar a essa situação'.
O cardeal Angelo Scola,
arcebispo de Milão e considerado um dos 'papáveis' com mais
possibilidades, declarou na missa na Basílica dos Santos Apóstolos de
Roma que o próximo pontífice deve seguir a forma dos últimos papas e tem
que ser 'santo'.
Já o cardeal de Madri, Antonio María Rouco
Varela, que celebrou sua cerimônia na Igreja de São Damásio, salientou a
necessidade de conversão que há na sociedade e nessa mesma linha se
pronunciou o cardeal de Budapeste, Péter Erdõ (também na lista de
'papáveis') que disse na igreja de Santa Balbina do Aventino que os
homens têm que encontrar o caminho 'verdadeiro em direção a Deus'.
O
cardeal de Boston, o frade capuchinho Sean O'Malley, outro dos
considerados com maior probabilidade de ser eleito papa, assegurou na
missa que oficiou na igreja de Santa Maria da Victoria que 'voltará' a
sua diocese, dando a entender que não será escolhido.
Enquanto os
cardeais se preparam para fechar-se na Capela Sistina na próxima
terça-feira, alguns meios de comunicação italianos garantem que Scola e o
brasileiro Pedro Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, são os dois que
aglutinariam neste momento o maior número de votos, mas que não
alcançariam os necessários para ser escolhidos.
Para ser eleito
papa são necessários dois terços dos votos em todos os escrutínios. Os
cardeais eleitores são 115, por isso são necessários pelo menos 77
votos.
Segundo a imprensa italiana, que não cita fontes, Scola
contaria com 37 votos e Scherer com 29, números que evidenciariam que,
por enquanto, não há um candidato forte capaz de unir o maior número de
cardeais.
Fonte: MSN notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário