terça-feira, 5 de março de 2013

"O caminho de cabras e o morro"


O CAMINHO DE CABRAS E O MORRO - Um dia rebaixaram aquele morro porque, dizem, comprometia a segurança dos aviões em procedimento de pouso. Depois, resolveram levar o aeroporto para a Maria José e o antigo campo de aviação foi ocupado e virou bairro.

Leio agora, em O Idílio do Infinito, comprado na última sexta-feira no instituto do Cristovam Sena, que lá pelos idos de mil oitocentos e alguma coisa, a hoje “Lameira Bittencourt esbarrava no paredão do morro que interceptava a caminhada, que naquele trecho caia a pique sobre a praia”. 

Para acessar a Praça Municipal, onde hoje fica o Centro Cultural João Fona, o santareno precisava subir a "vereda que passava pela frente das áreas denominadas Muralhas do Forte e descia pelo outro lado” ou “por um caminho mais ao Sul onde o aclive era menos acentuado, ou pela praia em tempo de verão, ou ainda por água”.

“Assim foi por muito anos”, informa em depoimento Wilson Dias da Fonseca, o maestro Isoca, à página 218. “Havia também uma trilha estreita, verdadeiro caminho de cabras (como chamava Paulo Rodrigues), escorregadio e íngreme que aos poucos foram escavando pela frente do morro, caminho de cabras que hoje é a bonita Adriano Pimentel”.

Foi assim que em maio de 1880 a imprensa anunciou o “prolongamento do trânsito” a partir de escavações da “parte do Morro do Castelo (Fortaleza)”. A então rua dos Mercadores “foi aberta e mais tarde paulatinamente alargada com novas escavações que permitiam a edificação de prédios na atual Av. Adriano Pimentel”. 

Passados mais de 133 anos as escavações do Morro da Fortaleza continuam, agora, segundo se informa, para construir um hotel. O que a cidade tem contra os seus poucos morros?

        


Matéria remetida pelo facebook.


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