O
CAMINHO DE CABRAS E O MORRO - Um dia rebaixaram aquele morro porque,
dizem, comprometia a segurança dos aviões em procedimento de pouso.
Depois, resolveram levar o aeroporto para a Maria José e o antigo campo
de aviação foi ocupado e virou bairro.
Leio agora, em O Idílio
do Infinito, comprado na última sexta-feira no instituto do Cristovam
Sena, que lá pelos idos de mil oitocentos e alguma coisa,
a hoje “Lameira Bittencourt esbarrava no paredão do morro que
interceptava a caminhada, que naquele trecho caia a pique sobre a
praia”.
Para acessar a Praça Municipal, onde hoje fica o
Centro Cultural João Fona, o santareno precisava subir a "vereda que
passava pela frente das áreas denominadas Muralhas do Forte e descia
pelo outro lado” ou “por um caminho mais ao Sul onde o aclive era menos
acentuado, ou pela praia em tempo de verão, ou ainda por água”.
“Assim foi por muito anos”, informa em depoimento Wilson Dias da
Fonseca, o maestro Isoca, à página 218. “Havia também uma trilha
estreita, verdadeiro caminho de cabras (como chamava Paulo Rodrigues),
escorregadio e íngreme que aos poucos foram escavando pela frente do
morro, caminho de cabras que hoje é a bonita Adriano Pimentel”.
Foi assim que em maio de 1880 a imprensa anunciou o “prolongamento do
trânsito” a partir de escavações da “parte do Morro do Castelo
(Fortaleza)”. A então rua dos Mercadores “foi aberta e mais tarde
paulatinamente alargada com novas escavações que permitiam a edificação
de prédios na atual Av. Adriano Pimentel”.
Passados mais de
133 anos as escavações do Morro da Fortaleza continuam, agora, segundo
se informa, para construir um hotel. O que a cidade tem contra os seus
poucos morros?
Matéria remetida pelo facebook.
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