Projeto de lei
Casa aprovou o PL 393/11, que permite a publicação de
biografias de personalidades públicas sem autorização do biografado ou
descendentes.
quarta-feira, 7 de maio de 2014
A Câmara aprovou nesta terça-feira, 6, o PL 393/11,
do deputado Newton Lima, que permite a publicação de biografias de
personalidades públicas sem necessidade de autorização do biografado ou
de seus descendentes. A matéria, que altera o CC, deve ser votada ainda pelo Senado.
Aprovado na forma
de uma emenda do relator pela Comissão de Cultura, deputado Raul Henry, o
texto incorporou emenda do deputado Ronaldo Caiado para permitir à
pessoa que se sentir atingida em sua honra, boa fama ou respeitabilidade
recorrer ao juizado de pequenas causas pedindo a exclusão de trechos
questionados em edições futuras da obra.
O rito mais célere
sobre a exclusão de trechos de biografias impede que um processo espere
por uma decisão final depois de cerca de dez anos, ressaltou Caiado.
Para o autor do projeto, o texto aprovado repara um equívoco no CC que permitia a censura prévia no Brasil nesses casos.
Caiado, por sua
vez, afirmou que o texto deixa claro que não existe censura a qualquer
biografia, mas garante ao cidadão que tenha sido agredido em sua honra
recorrer contra o trecho questionado. Já os casos de processo penal e de
indenização vão tramitar na Justiça comum, no rito ordinário nas
esferas cível e penal.
O relator do
projeto pela CCJ, deputado Alessandro Molon, afirmou que o texto
equilibra o direito da livre expressão do pensamento e o direito à
privacidade.
STF
Segundo o texto
aprovado, a mera ausência de autorização não impede a divulgação de
imagens, escritos e informações com finalidade biográfica de pessoa cuja
trajetória pessoal, artística ou profissional tenha dimensão pública ou
esteja inserida em acontecimentos de interesse da coletividade.
O assunto sobre
publicação de biografias não autorizadas entrou na pauta do STF devido à
realização de uma audiência pública sobre o tema. O STF deve julgar a
constitucionalidade dos artigos do CC sobre biografias em razão de uma
ADIn da Associação Nacional dos Editores de Livros.
A associação
argumenta que o texto do código fere a cláusula constitucional de
liberdade de expressão e direito à informação, caracterizando a
autorização prévia como uma espécie de censura.
No final do ano
passado, o presidente do Supremo, ministro JB, anunciou o julgamento da
ação ainda no primeiro semestre de 2014. Para isso, entretanto, a
relatora do processo, ministra Cármen Lúcia, precisa liberar seu voto.
"Roberto Carlos em detalhes"
Um dos casos mais
citados é o da proibição, pela Justiça, da biografia “Roberto Carlos em
detalhes”, do historiador Paulo César Araújo. Em 2007, o biografado
entrou na Justiça e solicitou a retirada de circulação do livro,
alegando que a CF garante o direito à imagem e à privacidade das
pessoas.
Com a nova redação
do código prevista no projeto, a Justiça poderia aprovar a retirada dos
trechos considerados ofensivos, e não da obra toda.
Fonte:
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Veja a íntegra do PL.
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