Complementando uma proposta já publicada neste blog,
de solução da inundação que castiga todos os anos a orla de Santarém em
dois pontos críticos, entre o Mercado Modelo e a delegacia da Capitania
dos Portos Fluvial, escrevo agora sobre outro trecho, e não de menor
importância, que é afetado de forma danosa, levando prejuízos aos
comerciantes e moradores desse intervalo que fica entre a Igreja Matriz e
a Praça do Pescador.
Observando-se a dinâmica desse evento, percebe-se que 80% das águas
que brotam na rua Lameira Bittencourt e parte da avenida Tapajós são
provenientes do rio Tapajós que, pelo “princípio dos vasos
comunicantes”, penetram pelos bueiros de esgoto pluvial pela
inexistência de “válvulas de retenção” em seus terminais na testeira da
orla.
E submersos na lâmina de água do rio, que bloqueiam o fluxo livre por
gravidade das águas pluviais, represando-as e extravasando-as nas
caixas de passagens.
Apenas 20% dessa influência podem ser oriundas da umidificação por
capilarização porosa da pressão hídrica por ascendência sob as vias.
Bloqueando-se a entrada da água do rio pelos bueiros que brotam nas
caixas de passagens e bocas de lobos, com “válvulas de retenções” bem
instaladas, elimina-se um grande volume desse líquido invasor (80%), e o
pequeno volume restante (20%), direcionam-se para uma galeria de
drenagem que poderia ser construída no eixo da avenida Tapajós, ao longo
do trecho em questão.
Essas válvulas seria confeccionada em módulos pré-moldados, tendo no
fundo um filtro de britas e um sistema bem dimensionado de esgotamento
por meio de bombas potentes embutidas em alguma parte da estrutura da
orla.
Para um embasamento técnico eficaz de se planejar um projeto para
eliminar de vez esse transtorno anual da cidade, esta é a hora de se
fazer perfurações de sondagem com perfis geotécnicos nos eixos da
avenida Tapajós e rua Lameira Bittencourt.
O objetivo é se saber no pico da enchente máxima deste ano, como se
comporta o lençol freático nesse trecho e qual o potencial de influência
do rio nessa época, além de se identificar as camadas geológicas de
solo se não tendem a comprometer as fundações dos prédios ali
construídos.
No período do verão, em plena seca, deve se repetir a sondagem nos
mesmos pontos, para se fazer um comparativo e elaborar uma solução
definitiva para esse problema que aflige os santarenos que trabalham
nesse perímetro.
Não vejo tanta dificuldade para se chegar a uma solução desses
eventos. Pode-se construir um “modelo reduzido” em laboratório e
acompanhar a evolução dos resultados passo a passo, para a real
verificação e sua possível implantação, fato histórico que faria a
população de Santarém agradecer.
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*Santareno, projetista e gestor ambiental que escreve regularmente no blog do Jeso.
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