As mesmas dores que hoje sofre o Xingu, em
virtude da obrigação de parir uma hidrelétrica a qualquer custo (a fim
de satisfazer necessidade de energia do sudeste do Brasil), não tardará
a sentir o Tapajós.
Versando sobre o “valle tapajónico” existe uma obra que está completando cem anos. Ela foi escrita por Raymundo Pereira Brasil, à época intendente municipal de Itaituba, para ser apresentada em um evento sobre borracha, promovido pelo governo federal em 1913, no Rio de Janeiro.
Versando sobre o “valle tapajónico” existe uma obra que está completando cem anos. Ela foi escrita por Raymundo Pereira Brasil, à época intendente municipal de Itaituba, para ser apresentada em um evento sobre borracha, promovido pelo governo federal em 1913, no Rio de Janeiro.
Na seção de obras raras da biblioteca Arthur Vianna, em Belém,
encontrei dois exemplares da “monografhia”. Naquele que tive em mãos
encontra-se anotado que pertenceu ao governador Moura Carvalho.
Elaborada para "responder o minucioso questionário, que acompanha a
circular explicativa do detalhe dos specimens, de que constará a
Exposição Nacional de Borracha", o autor esclarece que a obra não se
limitou "a essa tarefa, mas ampliamo-la com informações de outra ordem,
no propósito de tornar bem clara e precisa a situação em que se acha o
desenvovimento local".
Há cem anos a população do
Tapajós, acima de Itaituba, segundo Henri Coudreau, na obra "Viagem
ao Tapajós", era de 4.545 habitantes, divididos entre 2.985 considerados
civilizados e 1.560 índios, sendo 1.460 mundurucus e 100 apiacás.
A “monografhia” de Raymundo Pereira Brasil, rica em fotografias, trata
especificamente sobre o alto Tapajós, área a ser impactada pelo conjunto
de cinco hidrelétricas que o governo federal quer porque quer construir
naquelas belas paragens, a fim de consolidar o desenvolvimento do outro
Brasil.
Você, Nilson Vieira, Celivaldo Maciel Carneiro, Jota Ninos e outras 111 pessoas curtiram isso.
- Pedro Pedro Ainda não encontrei on line, Gil Serique. Mas tem outra obra, mais antiga ainda, sobre o Tapajos que está disponível em: http://www.brasiliana.com.br/.../viagem-ao.../pagina/7/texto
- Elias Junior Sou totalmente contra esse monte de hidrelétrica que estão querendo colocar na região do Tapajós, isso não vai beneficiar em nada nossa região e de quebra ainda vai causar danos ao meio ambiente.
- Venize Ramos Rodrigues Pedro Pedro, tô chegando domingo aí, peço que me procures no Brisa pra gente programar umas coisas lá na UEPA, ok?
- Pedro Pedro Professora Venize Ramos Rodrigues, neste momento estou na metrópole dos alagamentos rsrsrs
- Francisco Mendonça Interessante professor a redescoberta dessa obra pioneiríssima do nosso parente Raymundo Pereira Brasil, pena que o filho com o qual me relacionei em São José do Rio Preto(SP), esteja morto. Sentimo-nos honrados em saber que a obra dele faz bem a história do Alto Tapajós, para onde aponta um tsunami de sofrimento aos povos daqueles lugares, em nome do progresso. Anteciparmos a discussão sobre o assunto é uma tentativa de minorar a aniquilação daquela região rica, bela e abundante.
- Alda Selma Frota Monteiro Olha aí Pedro Pedro, até a Venize Ramos Rodrigues fica no Brisas, que bonitinho...
- José Gumercindo Rebelo Olá, Pedro. Onde encontrar a obra para consultas. Uma curiosidade: o autor é um homônimo de nosso conterrâneo mocorongo ou trata-se de outra pessoa?
- Manuel Dutra Os escritos de Raymundo Pereira Brazil deveriam ser estudados nas escolas paraenses, especialmente nas de Santarém e municípios do Oeste, em virtude de suas observações sobre questões tão atuais que parecem ter sido escritas recentemente. Interessante o que Brazil diz da ferrovia Santarém-Cuiabá e da importância do porto de Santarém para o desenvolvimento do Brasil e mesmo da América do Sul.
O texto que segue faz parte de duas citações que faço da obra O Valle do Tapajoz, de Raymundo Pereira Brazil, no meu livro O Pará Dividido: discurso e construção do Estado do Tapajós, publicado em Belém em 1999. Integram uma cronologia de fatos importantes para a região, iniciando em 1747 e terminando em 1997:
1922 - O engenheiro José Agostinho dos Reis defendeu a tese da construção da estrada (Santarém-Cuiabá) no Segundo Congresso Ferroviário Sul-americano e Congresso Internacional de Engenharia, no Rio de Janeiro. Na ocasião, disse Reis: “A estrada Santarém-Cuiabá constitui o sistema ferroviário de comunicação mais rápida e econômica entre as bacias do Amazonas e do Prata”. O trabalho do engenheiro foi então publicado no Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro, motivando e justificando nova investida dos defensores da “já famosa” obra, tanto residentes em Santarém como em Belém. (Brazil, Raymundo Pereira. O Valle do Tapajoz. Belém: J.B. dos Santos-Livraria Clássica, 1925, p. 7.)
* 1925 - Em conferência no Club de Engenharia do Rio de Janeiro, Raymundo Pereira Brazil lembra o “luminoso parecer” apresentado à Câmara dos Deputados sobre o projeto que autorizava a construção da estrada, dizendo as comissões: “Para o comércio de exportação, e mesmo de importação, a via de comunicação pelo Tapajós é considerada incontestavelmente superior a qualquer outra, que de Cuiabá siga em direção ao litoral, porque a distância de Santarém, ou de Belém, aos portos da América do Norte e da Europa, é muito inferior à distância de Santos, Montevidéu ou Buenos Aires aos referidos portos”. E conclui Pereira Brazil: “Quando nossos esforços se transformarem em realidades positivas, poderemos fazer nossas as palavras de Mr. Mac Addo, secretário do Tesouro dos Estados Unidos da América do Norte, em 1916, e, parafraseando o grande norte-americano, diremos: o dia em que, pela primeira vez, se gritar na estação da Estrada de Ferro em Santarém: Viajantes para Cuiabá, ou para La Paz, para Buenos Aires ou para qualquer outra república sul-americana, o trem vai partir! - esse dia será uma data memorável e gloriosa para o Brasil”. (Brazil, Raymundo Pereira. O Valle do Tapajoz. Belém: J.B. dos Santos-Livraria Clássica, 1925, p. 9 e 20.) - Francisco Mendonça Excelente seu comentário. O Pereira Brazil como o chamávamos, era de uma visão incontestavelmente progressista e avançada, dentre outras obras podemos citar "São Paulo - Força Econômica" mostrando que sua visão não se atinha apenas à Região do Tapajós, mas precursora da globalização, que aí está como novidade. O fato dele ter levado o Município de Itaituba à Europa em 1914, mostra isso. Grato Professor pelas informações.
- Edilberto Sena Seu Pedro, também gostaria de saber onde encontrar esta obra referida pelo senhor, pois vale a pena comparar dados daquele tempo com os de hoje. Hoje a população Munduruku é de cerca de 11.000 pessoas. Se os dados do livro foram baseados em estatística foi uma crescimento populacional bastante grande. Outra coisa para os interessados, há um livro na biblioteca ICBS do Cristóvão Sena sobre a ida de um missionário capuchinho, frei Pelino de 1872-1881 que viveu no alto Tapajós com os Munduruku. Vale a pena ser lido.
- Ruy Barata Raimundo Pererira Brasil o tio Mundico tem uma das mais minuciosas obras sobre o Tapajós e sua experiencia gomífera. Produziu !/3 da borracha ecxtraida do Tapajos enter 1890 e 1910. Participou da redação do livro de henri Coudreau Viagem ao tapajós.Era tio de Eimar e Haroldo Franco. Foi criado juntamente com sua irmã Dona America Pereira Brasil por Dona Senhorinha Pereira Brasil Bona. Era descendente do velho Diogo Francco proprietasrio de Urucucurituba em frente a fazenda Tabocal que mais tarde seria a séde do projeto Fordlandia. Por acaso é tio de minha avó Dona Noca Barata mulher de Alarico Barata e filha de America Pereira Brasil com Antonio Bentes Paranatinga. Detalhista em sua essencia Mundico levantou produção gomifera ,habitações linguagem dos Apiacás e Mundurucus. Gostaria muito de obter ao menos um xerox desta obra. Como posso fazer?
- Pedro Pedro Respostas a Edilberto Sena (Onde encontrar?), Ruy Barata (Como obter uma xerox?)José José Gumercindo Rebelo (Onde encontrar a obra para consultas?) e a quem interessar possa: ...Ver mais
- Maria Da Conceição-Concy Roos Gente, quanta informação Rica sobre"Nossa Região", que esses interessados( Interesseiros) em construir hidrelétricas, que a nós nem fazem falta, Deveriam Ler e Levar a Sério ! Há uma ganância e competição política, que os move a destruir, pra depois "tentar" se explicar! Que pena ! Que não tardem em perceber o Quanto estão ERRADOS . Amém !
- Pedro Pedro Edilberto Sena, Ruy Barata, José Gumercindo Rebelo e a quem interessar possa: a obra pode ser encontrada para ser xerocopiada na seção de obras raras da biblioteca pública Artur Viana, em Belém, ao preço R$ 100,00 reais. E em Santarém, no Centro Cultural Boanerges Sena, ao custo de R$ 23,00.
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