O presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e
do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ayres Britto, afirmou nesta
segunda-feira (5/11), em Aracaju/SE, que o combate à corrupção e a
definição de um novo modo de comunicação com a sociedade serão o foco
dos novos tempos vivido pelo Judiciário brasileiro. “Vivemos novos
tempos, de maior transparência, de um Poder Judiciário mais republicano,
com compromisso mais vivo com ética, civismo e democracia”, afirmou o
ministro durante a abertura do VI Encontro Nacional do Judiciário
realizada no auditório do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe
(TJSE).
Nesse sentido, Ayres Britto destacou que o combate à improbidade
administrativa é definido pela própria Constituição de 1988 como a
“prioridade das prioridades”. “Precisamos fazer de nossas pautas de
audiências mecanismo de diálogo permanente com a sociedade que anseia
pelo banimento da corrupção. Se fizermos isso estaremos cumprindo nosso
compromisso que se legitima pelo cumprimento da constituição”, reforçou.
Por ser o Poder da República responsável por evitar o desgoverno dos
demais Poderes, o ministro afirmou ser inconcebível desvio de ética no
Judiciário.
“A sociedade tem toda razão de cobrar mais os magistrados e perdoar
menos quando se resvalam para o comportamento delituoso”, frisou. Por
ser âncora definitiva da confiabilidade social, o magistrado precisa
atuar de forma independente, ser atualizado, competente, corajoso, ético
e democrático. “Judiciário subserviente, que decide de acordo com
interesses da copa e da cozinha palaciana, trai a cidadania e corrompe a
Constituição. Juiz covarde, receoso de retaliações, é um juiz que trai
sua missão.
Comunicação – Em seu discurso, Ayres Britto também
ressaltou que o Judiciário tem procurado estabelecer um modo de
comunicação mais avançado com a sociedade e com os meios de comunicação.
Segundo ele, a tese de que o juiz só fala nos autos não vale para
aqueles que desempenham cargos de administradores dos tribunais. “Como
julgador de fato, só deve falar nos autos; mas quando é eleito para
cargo de administração, tem sim contas a prestar com a sociedade, tem de
se relacionar bem com a mídia, dando mais transparência e visibilidade
ao trato da coisa pública”, destacou.
Para Ayres Britto a transparência deve fazer parte do processo de
elaboração de cada julgado, já que a fundamentação de uma sentença deve
ter clareza para que as próprias partes de um processo entendam o que
foi decidido. “As partes não podem ficar ignoradas à sua própria sorte e
ter de recorrer ao advogado para entender a linguagem hermética,
pedante e fechada do próprio magistrado”, criticou.
Segundo o presidente, o Judiciário deve se empenhar para garantir
mais presteza, agilidade e segurança ao serviço prestado, além de acesso
democratizado à Justiça. Para isso, conta com o auxílio do CNJ na
definição de ações para modernizar a administração da Justiça. O
corregedor nacional de Justiça, ministro Francisco Falcão, conclamou os
presidentes de todos os tribunais presentes ao VI Encontro a trabalhar
com objetividade na busca de maior eficiência e celeridade. “Superaremos
as resistências às mudanças e caminharemos no sentido almejado pela
sociedade e garantido pela Constituição”, declarou.
Já o presidente do TJSE, desembargador Osório de Araújo Filho, disse
que a definição de metas para a comunicação e o combate à corrupção são
inovações que farão do VI Encontro um momento memorável de profícuas
realizações e resultados. “Uma linha democrática de diálogo entre o CNJ e
os tribunais que integram o Judiciário brasileiro”, concluiu o
desembargador. Participaram da abertura do evento o procurador geral da
República, Roberto Gurgel, e o presidente nacional da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcanti.
Fonte: CNJ
Fonte: CNJ
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