Extraído de: OAB - Piauí
A brincadeira do ministro Joaquim Barbosa sobre o horário que os
advogados acordam não foi bem recebida pelas entidades de advocacia.
Durante discussão no Conselho Nacional de Justiça sobre o horário de
funcionamento do Tribunal de Justiça de São Paulo, que limitou o horário
de atendimento aos advogados à partir das 11h, o ministro Joaquim
Barbosa afirmou: "Mas a maioria dos advogados não acorda lá pelas 11
horas mesmo?". Diante da provocação, representantes da advocacia
reagiram com críticas à Barbosa, afirmando que a postura não condiz com a
importância do cargo ocupado pelo ministro.
"É motivo de
profunda preocupação a conduta incompatível com o exercício do cargo.
Todas as profissões são honradas quando exercidas com ética e
responsabilidade, sendo essa a expectativa de toda a sociedade diante da
tão nobre e fundamental missão do Conselho Nacional de Justiça",
afirmou o presidente do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp),
José Horário Halfeld Rezende Ribeiro.
Em nota, o Movimento de
Defesa da Advocacia (MDA) classificou como inadequada e deselagante a
afirmação do ministro. "Ainda que tal manifestação tenha se dado em tom
'de brincadeira', como teria justificado posteriormente S.Exa., o fato é
que posturas desse jaez não se coadunam, em absoluto, com a importância
e a liturgia do cargo de Presidente da Suprema Corte da Nação e
simultaneamente do Conselho Nacional de Justiça".
A Associação
dos Advogados de São Paulo (Aasp) classificou a atitude de Joaquim
Barbosa como "absolutamente lamentável, que atenta contra a dignidade da
classe dos advogados e que não se coaduna com o comportamento que se
espera do presidente do CNJ, assim como da mais alta corte do país".
Segundo a Aasp, esta e as demais declarações do ministro tem "claro
propósito de minimizar o alcance e a relevância de prerrogativas
profissionais exercidas em benefício de toda a sociedade".
Em
nota pública, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil
classificou a declaração preconceituosa e desprovida de conhecimento da
realidade do trabalho da classe. "O advogado acorda cedo e dorme tarde,
vigilante na defesa do cidadão", diz a nota. "É lamentável que
instituições sejam obrigadas a gastar energia com afirmações
preconceituosas."
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