Folha de S. Paulo
A investigação desencadeada pelo Ministério Público de São Paulo e pela Corregedoria da Polícia Civil apontam que policiais
envolvidos com o tráfico de drogas recebiam entre R$ 200 mil a R$ 300
mil anualmente para passar informações para as quadrilhas dos
traficantes.
O grupo ainda recebia uma quantia mensal que ainda está sendo averiguada
pela polícia. Ao todo, 13 mandados de prisão foram expedidos contra os
policiais envolvidos, mas apenas sete foram cumpridos até a tarde de
hoje. Entre os presos, estão dois delegados.
O chefe do setor de inteligência do Denarc (departamento de narcóticos),
Clemente Castilhone Junior, está entre os presos. O advogado dele, João
Batista Augusto Júnior, afirmou que seu cliente não tem envolvimento
com os crimes que estão sendo investigados. No entanto, ele não teve
acesso ao processo e não quis dar mais informações sobre o caso.
A operação de hoje é resultado de uma investigação iniciada em outubro
do ano passado, contra o Wanderson Nilton Paula Lima, o Andinho, preso
desde 2002. Ele está atualmente na penitenciária 2 de Presidente
Venceslau, mas, segundo as investigações, ainda comanda o tráfico na
região de Campinas (a 93 km de São Paulo).
Escutas telefônicas usadas durante as investigações, levaram à
identificação dos policiais envolvidos. Eles são investigado por
formação de quadrilha armada, extorsão, extorsão mediante sequestro e
corrupção. Parte dos policiais detidos durante a operação de hoje, no
entanto, não pertenceria à quadrilha, mas vazou informação da ação
desencadeada para a prisão dos suspeitos.
Os investigadores, coordenados pelo Gaeco (grupo de promotores que
investiga o crime organizado) de Campinas, também cumpriram dois
mandados de busca e apreensão no Denarc e em no 10º DP de Campinas.
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