REPRODUZO AQUI UMA DISCUSSÃO OCORRIDA NO BLOG DO JESO QUE RETRATAM BELTERRA COM DIFERENTES OLHARES. BOA LEITURA!
REVENDO BELTERRA
por José Ronaldo Dias Campos
Repassando recentemente por Belterra veio à mente a primeira vez que lá estive, há quase quarenta anos, quando ainda era criança.
Colada a Santarém, a poucos minutos de carro, avistava-se a bela terra, de vegetação espessa, sombreada pela copa das árvores, destacadamente a seringueira, objeto da cobiça mundial no passado próximo.
Projetada funcionalmente, com arruamento alinhado, casas modeladas em série, diferia de tudo o que já havia visto; era como se não estivesse no Brasil.
Embora se apresentasse como um bairro distante de Santarém, era administrada pela União, com horário de Brasília e clima do Sul, que me fazia tiritar de frio nas poucas noites que lá passei.
Tudo lá era de primeiro mundo: ótimas residências, luz elétrica, água potável encanada, hidrantes, serviço hospitalar de qualidade, emprego público bem remunerado etc.
Hoje, a Belterra emancipada é uma cidade triste, desmatada, calorenta, empobrecida, com suas casas em ruína, a exemplo de Fordlândia e Daniel de Carvalho, longe do idealizado por Henry Ford, que nos legou tão-grandiosa e bela estrutura.
Se olharmos do alto, sobrevoando a cidade, a conclusão é ainda pior, em razão do desmatamento desenfreado pelo plantio da soja. Fiquei triste com o que vi.
LAMA E DESCASO
Por Dannie Oliveira
Ótimo artigo. Estive em Belterra no fim do ano passado antes das ruas ficarem cheias de lama e as estradas intrafegáveis. Na ocasião fui ministrar uma oficina aos jovens belterrenses, sobre internet e aproveitei a oportunidade para fazer um tour na cidade.
Fiquei encantada com as casinhas, mesmo que um tanto apagadas e abandonadas. Percebi um certo descaso. Não com os imóveis, mas com a história.
Se você pesquisar no google vai perceber algo ainda pior, as informações são remotas e Belterra praticamente não existe, quando suas belezas poderiam ser melhor exploradas.
OUTRO MODELO PARA BELTERRA
Por Eduardo Paiva
Como bom belterrense, daqueles que a tem no coração, fiquei feliz com os comentários carinhosos dos muitos leitores do seu artigo. Nele, vi o retrato fiel daquilo que fomos, daquilo que estamos. Também lamento profundamente onde chegamos. O progresso será sempre bem-vindo, é benévolo, é necessário.
Deixamos na história a referência que fomos na saúde, na educação, ambas consideradas de primeiro mundo, para apreciarmos a devastação das matas (que saudade do velho cobertor que espantava o frio…) invadindo o centro urbano, em nome de quem? do progresso? Não a esse preço!
É preciso encontrar sim, um novo modelo de desenvolvimento econômico, é preciso criarmos condições para um segundo ciclo (o primeiro e único foi o seringal que nos deu a história) capaz de promover e prover renda, etc.
Paro para poupar os espaços do blog, mas não posso deixar de lamentar por Fordlândia, onde muitas vezes estive na minha infância e onde retornei recentemente. Triste o abandono, retrato fiel do descaso e da miopia pública
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