O
ex-ministro do STF, Ayres Britto, comunga da necessidade de formação
humanística na magistratura nacional, que eu estendo a todo Agente do Direito (juiz, promotor, advogado e auxiliares da justiça) no artigo
"Repensando o Processo", publicado no blog http://joseronaldodiascampos.blogspot.com.br/, há algum tempo.
Veja a seguir a resposta dada pelo renomado jurista à Revista Consultor Jurídico:
Conjur pergunta:
o que o senhor está dizendo é que o grande avanço que falta no
Judiciário não é no nível institucional. É no nível pessoal, da
magistratura?
Ayres responde:
" eu diria que sim. O Judiciário hoje é muito bem informado. É muito bem
preparado tecnicamente. Mas, não é bem formado humanisticamente. O que
você vai fazer das informações depende da sua formação. O Judiciário
como política pública tem que colocar ênfase na formação do magistrado. O
juiz que faz de sua caneta um pé-de-cabra é o meliante número um, sem
nenhuma dúvida. O estrago que ele causa na confiabilidade e na
autoestima coletiva é maior do que quando esse estrago é perpetrado por
qualquer outro agente público. O que você vai fazer de tantas
informações técnicas, refinadas de todos os códigos e da Constituição
depende da sua formação. Se você não for uma pessoa sensível, não
percebe. Sensibilidade também é um requisito de desempenho. Sem isso,
você não vai perceber que há dramas humanos naqueles autos. O juiz tem
que abrir, mesmo, as janelas do Direito para o mundo circundante. Ele
não pode se trancar numa torre de marfim. E tem que buscar inspiração
nos códigos e, também, na viva vivida. Nos códigos está a vida pensada, a
vida teórica. Na sociedade, nos jurisdicionados, está a vida vivida."
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