Tragédia
Anunciada?!?!
Ultimamente venho acompanhando nas redes sociais e na
imprensa local e nacional a repercussão da contaminação da praia de
Alter do Chão.
Como se não bastasse a exposição negativa da nossa
querida vila, agora se preocupam em encontrar os responsáveis por tal
exposição. É a TV Tapajós, as Lideranças da Comunidade, a Jornalista
Ronilma Santos, a oposição do governo atual, o MP estadual, enfim,
muitos são os suspeitos.
E todos, ou melhor, a grande maioria se
esquece que a contaminação da praia de Alter do Chão é uma "tragédia"
há muito tempo anunciada. Portanto, novidade nenhuma persiste na decantada divulgação, principalmente para a
comunidade, apontada como a principal responsável pelas sequelas detectadas na vila.
Vamos fazer uma breve recapitulação. Lembro que na época em
que o projeto da orla de Alter foi apresentado à Comunidade, a grande
preocupação era justamente o despejo das galerias diretamente no Lago
Verde. Tanto que a comunidade organizou uma audiência pública com
autoridades e a própria imprensa para discutir o projeto.
Das
reivindicações apresentadas pelos comunitários poucas foram atendidas. E
sobre as galerias a justificativa dada pela empresa responsável pela
obra era que as galerias serviriam apenas para escoamento das águas
pluviais. Muitas organizações locais e comunitários foram contra o
projeto, mas, como sempre, foram taxados como ambientalistas chatos que
são contra o desenvolvimento de Alter, que merecia uma orla decente
para seus turistas. Tais registros podem ser consultados nos arquivos da
associação comunitária, da prefeitura, do MP e da imprensa local que
veiculou a audiência pública.
Lembro, também, que a comunidade nesse mesmo
período passou três dias discutindo o Plano Diretor de Alter, que ao
final foi integralmente arquivado pela Prefeitura Municipal. E assim foi
construída a orla de Alter sem nenhum saneamento básico. Obra para
"inglês ver".
Anos depois, eis o resultado: Alter contaminada e muito em
breve será interditada. Isso é uma realidade, infelizmente triste
realidade.
Agora em vez de buscar os responsáveis em macular a imagem do
Caribe Brasileiro, é preciso reconhecer o problema desde sua origem,
chamar responsabilidade para si e buscar soluções para reverter esse
problema.
Afinal, para nós comunitários, Alter do Chão não é uma praia
de fim de semana, é muito mais, é nossa casa, nossa história, nosso
ganha pão é nossa essência.
É preciso mostrar para nossas autoridades
que Alter do Chão não funciona apenas nos fins de semana e nos grandes
eventos. Aqui reside o povo Borari, com mais de 300 anos de história
(como a imprensa adora veicular), e que sobretudo precisa ser ouvido e
respeitado. #SalveAlter
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