OPINIÃO DE MIGUEL REALE JUNIOR
“Nesta hora de definição, é importante que a decisão seja no sentido de
escolher quem possa derrotar Dilma e tenha condições de liderança
pessoal para levar à frente a restauração do País nos planos moral e
econômico. Marina, por sua trajetória de lutas, pode vir a cumprir esse
papel fundamental. E deverá fazê-lo com o apoio do PSDB, tal como
sucedeu no governo Itamar Franco, quando
esse partido deu respaldo político e massa crítica com a participação
de ilustres peessedebistas em órgãos da administração, assegurando
governabilidade e condições técnicas para mudar o País, tal como
efetivamente mudou com o Plano Real.
O receio de Marina ter
sido do PT e ser um PT2 não pode servir de argumento contra a
ex-senadora por parte do PSDB, pois todos os seus próceres saíram do
PMDB e com ele não mais se identificam, não sendo o PMDB2, muito ao
contrário. A origem não indica a linha política atual, a ser apreendida
no caminho ora palmilhado, que o programa de Marina revela em muitos
temas.
Neste quadro volátil da eleição de amanhã, se Aécio for,
por acaso, ao segundo turno contra Dilma, seu passado como governador
de Minas o credencia a bem governar o Brasil, mas Marina e o PSB devem
se unir ao PSDB, superando os ataques injustos, para compor maioria de
sustentação com o PPS de Roberto Freire e o PV, para enfrentar um
raivoso PT na oposição. A união é necessária contra a falta total de
ética na política, revelada pelas denúncias do conluio da cúpula petista
com os "malfeitos" na Petrobrás.
Enfim, ou saímos do pântano onde viceja o aparelhamento do Estado e a corrupção ou submergimos para um afogamento que desonra.”
Miguel Reale Júnior, advogado, professor titular aposentado da
Faculdade de Direito da USP, membro da Academia Paulista de Letras, foi
ministro da Justiça. Sair do pântano.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 4 de outubro de 2014.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 4 de outubro de 2014.
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