domingo, 5 de outubro de 2014

Opinião do jurista Miguel Reale na véspera da eleição


OPINIÃO DE MIGUEL REALE JUNIOR

“Nesta hora de definição, é importante que a decisão seja no sentido de escolher quem possa derrotar Dilma e tenha condições de liderança pessoal para levar à frente a restauração do País nos planos moral e econômico. Marina, por sua trajetória de lutas, pode vir a cumprir esse papel fundamental. E deverá fazê-lo com o apoio do PSDB, tal como sucedeu no governo Itamar Franco, quando esse partido deu respaldo político e massa crítica com a participação de ilustres peessedebistas em órgãos da administração, assegurando governabilidade e condições técnicas para mudar o País, tal como efetivamente mudou com o Plano Real.

O receio de Marina ter sido do PT e ser um PT2 não pode servir de argumento contra a ex-senadora por parte do PSDB, pois todos os seus próceres saíram do PMDB e com ele não mais se identificam, não sendo o PMDB2, muito ao contrário. A origem não indica a linha política atual, a ser apreendida no caminho ora palmilhado, que o programa de Marina revela em muitos temas.

Neste quadro volátil da eleição de amanhã, se Aécio for, por acaso, ao segundo turno contra Dilma, seu passado como governador de Minas o credencia a bem governar o Brasil, mas Marina e o PSB devem se unir ao PSDB, superando os ataques injustos, para compor maioria de sustentação com o PPS de Roberto Freire e o PV, para enfrentar um raivoso PT na oposição. A união é necessária contra a falta total de ética na política, revelada pelas denúncias do conluio da cúpula petista com os "malfeitos" na Petrobrás.

Enfim, ou saímos do pântano onde viceja o aparelhamento do Estado e a corrupção ou submergimos para um afogamento que desonra.”
Miguel Reale Júnior, advogado, professor titular aposentado da Faculdade de Direito da USP, membro da Academia Paulista de Letras, foi ministro da Justiça. Sair do pântano. 

Fonte: O Estado de S. Paulo, 4 de outubro de 2014.
Colado do Facebook de Apolonildo Senna Britto

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