domingo, 19 de abril de 2015

Governo mente quando diz que combate a corrupção, diz Joaquim Barbosa

De acordo com o ex-ministro, é o trabalho dos investigadores da PF, dos promotores e da Justiça que tem descoberto e desbaratado estes escândalos (Ueslei Marcelino/Reuters)

© Ueslei Marcelino/Reuters De acordo com o ex-ministro, é o trabalho dos investigadores da PF, dos promotores e da Justiça que tem descoberto e desbaratado estes escândalos

SÃO PAULO - O ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, disse que o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) mente quando diz que combate a corrupção. De acordo com ele, quem faz esse trabalho é a Polícia Federal, o Ministério Público e o sistema judiciário. 

Em palestra sobre ética e administração no centro de convenções Centrosul, Barbosa foi efusivamente aplaudido nos momentos em que falou sobre a corrupção e o PT. Ele rebateu o argumento amplamente explorado pela presidente em seus discursos de que nunca se combateu tanto a corrupção e que se os escândalos hoje aparecem é porque não são varridos para debaixo do tapete como ela alega que ocorria nos tempos do predecessor de Lula, Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

De acordo com o ex-ministro é o trabalho dos investigadores da PF, dos promotores e da Justiça que tem descoberto e desbaratado estes escândalos. O governo, na sua avaliação não teria "nada a ver com isso". Ele ainda qualificou a postura do governo no tema como "cínica". "Eles alegam: nós não inventamos a corrupção, sempre houve corrupção na vida brasileira, ou seja, é como se tivesse chegado a vez dele", ironizou. 

No fim, Barbosa falou sobre ter votado duas vezes em Lula e uma em Dilma por ter esperança de que o partido fosse diferente dos outros e tivesse o poder de moralizar a política. Contudo opinou que esta mesma "fé" foi responsável por permitir que pessoas dentro do partido usassem o governo para enriquecer de maneira ilícita, uma vez que a "visão messiânica" de que o partido era imune à corrupção permitiu com que eles tivessem a ilusão de impunidade.

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