Noticiário Jurídico
A
Odebrecht e o Ministério Público Federal assinaram na semana passada o
documento que formaliza a negociação de delação premiada e de leniência
da empreiteira no âmbito da operação “lava jato”. As conversas já vinham
ocorrendo há alguns meses, mas a partir de agora são oficiais.
Integrantes do Ministério Público pretendem, com a formalização,
convocar até mesmo Emílio Odebrecht, ex-presidente da empresa e pai de
Marcelo Odebrecht, que está preso, para dar informações. As informações
são da colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.
Sem prazos
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, disse nesta segunda-feira (30/5) que o andamento do processo de impeachment
da presidente afastada Dilma Rousseff poderá ser alterado caso haja
"inconformismo em relação a prazos" estabelecidos. As informações são do
jornal Valor Econômico.
Tal pai...
O filho caçula do ex-presidente Transpetro Sérgio Machado também fez
acordo de delação premiada. Expedito Machado Neto, conhecido como Did,
resolveu colaborar com a Justiça após a operação “lava jato”
identificá-lo como operador financeiro da cúpula do PMDB do Senado. A
delação premiada dele foi homologada pelo ministro Teori Zavascki,
relator dos processos da "lava jato" no Supremo Tribunal Federal,
juntamente com a do pai. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Lula sabia
Em sua delação premiada, o ex-deputado federal Pedro Côrrea afirma que o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabia que o mensalão não era
esquema de caixa dois, mas sim compra de apoio parlamentar. Os advogados
de Lula já pediram acesso ao conteúdo da delação. Na peça, eles
criticam o vazamento de parte do conteúdo da proposta de acordo para a
imprensa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Amigo de Aécio
O ex-secretário de Ciência e Tecnologia do governo Antonio Anastasia e
ex-presidente do PSDB de Minas Gerais Narcio Rodrigues (PSDB-MG) foi
preso nesta segunda-feira (30/5) na operação Aequalis, deflagrada pelo
Ministério Público de Minas Gerais. Rodrigues é visto como homem forte
de Anastasia e também do senador Aécio Neves. As informações são do
jornal Folha de S.Paulo.
Para casa mais cedo
O doleiro Alberto Yousseff, preso desde o início de 2014 e segundo
investigado da “lava jato” a fechar acordo de delação premiada com os
procuradores da operação, deixará a prisão quatro meses antes do
previsto. Segundo as contas de Antonio Figueiredo Basto, advogado de
Youssef, ele deve deixar a Superintendência da Polícia Federal do
Paraná, em Curitiba, no dia 17 de novembro e não mais em março de 2017.
As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Zelotes avança
Ao analisar os dados do sigilo bancário de Luís Cláudio Lula da Silva, o
caçula do ex-presidente Lula, a operação zelotes descobriu que ele e
sua empresa, a LFT Marketing Esportivo, receberam quase R$ 10 milhões.
Até agora, se sabia que Luís Cláudio embolsara R$ 2,5 mi da Marcondes
& Mautoni, acusada de comprar medidas provisórias. Na verdade, foram
perto de R$ 4 mi. O resto veio de “outras fontes suspeitas”. Os
investigadores querem saber qual trabalho foi prestado para resultar no
recebimento dos demais valores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Orientação proibida
O Conselho Nacional de Justiça abre, nesta terça-feira (31/5),
investigação prévia para apurar se Fabiano Silveira, recém saído do
Ministério da Transparência, usou o cargo de conselheiro do órgão para
favorecer interesses privados. A corregedora Nancy Andrighi diz ver
indício de crime nas conversas em que ele orienta Renan Calheiros sobre a
“lava jato”. Ao fim dessa fase, ela deve pedir ao plenário que abra um
processo contra Silveira. Conselheiro do órgão de 2013 a 2016 por
indicação do Senado, Silveira é submetido às mesmas punições dos
magistrados no exercício das funções. As informações são da coluna
Painel, do jornal Folha de S.Paulo.
Caso Samarco
O Ministério Público Federal divulgou que recorreu na Justiça Federal da
decisão que homologou acordo firmado no dia 2 de março entre
representantes dos poderes públicos federal, de Minas Gerais e do
Espírito Santo com a Mineradora Samarco, Vale e BHP Billiton. O MPF
apresentou o recurso por embargos declaratórios, que são recursos que
servem para questionar contradições ou omissões no acordo, não
modificando a decisão. O órgão espera que o Tribunal Regional Federal da
1ª Região, em Brasília, julgue a questão ainda esta semana. As
informações são do jornal O Globo.
É hoje
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro denunciou, nesta
segunda-feira (30/5), Hélder dos Santos Santana por cometer injúrias
racistas contra a cantora Ludmilla. Ele poderá ser condenado a até três
anos de prisão, além de pagamento de multa. O Ministério Público também
solicitou à Justiça que Santana seja proibido de se aproximar da cantora
e de frequentar espetáculos em que ela se apresente. As informações são
do jornal Folha de S.Paulo.
OPINIÃO
Ainda não entendeu
Criticando entrevista da presidente afastada Dilma Rousseff, o jurista Ives Gandra da Silva Martins disse em artigo no jornal Folha de S.Paulo crer que a petista não compreendeu ainda por que é alvo de um processo de impeachment.
A corrupção de seu governo e do governo Lula é ignorada em sua fala e
não há qualquer menção às suas causas. O maior assalto às contas
públicas da história teve por núcleo a destruição da Petrobras, da qual
foi presidente do Conselho de Administração. Em outras palavras: ou foi
conivente ou fantasticamente incompetente ao não ter detectado anos e
anos de saques ao Tesouro Nacional e a suas empresas”, escreveu.
Manifesto abuso
O projeto de lei apresentado pelo deputado federal Wadih Damous (PT-RJ)
foi contestado pelos procuradores da “lava jato” Diogo Castor e Carlos
Fernando dos Santos em artigo no jornal O Estado de S. Paulo.
Damous propõe alterações na lei e no Código de Processo Penal que
permitam a suspensão dos efeitos da decisão condenatória e impeçam a
execução provisória da pena. Para os procuradores, a medida tenta anular
decisão recente do Supremo Tribunal Federal de permitir prisões após
condenação em segunda instância. “O que se vê [em muitos casos]
não é o exercício legítimo do exercício do direito de defesa pelos
réus, mas, sim, o manifesto abuso de direito com a inequívoca finalidade
de perpetuar a impunidade dos ricos e poderosos no país, em desrespeito
aos direitos constitucionais das vítimas e de toda a sociedade”,
escreveram.
Fonte: Revista Consultor Jurídico, 31 de maio de 2016, 12h44