domingo, 29 de dezembro de 2024

De quem é a culpa?

Assistindo ao Fantástico, na Globo, arrisco dizer que o poder público deve ser responsabilizado pelos danos decorrentes da recente queda da ponte que liga o Maranhão ao Tocantins.


O estado crítico da estrutura já prenunciava a tragédia. A previsibilidade era evidente, dispensando qualquer perícia para confirmar o óbvio: o colapso era iminente.


Pior ainda é que a negligência do poder público não se limita a essa anunciada tragédia. Muitas outras pontes espalhadas pelo Brasil enfrentam as mesmas condições precárias, clamando pelo olhar atento e sensível das autoridades.


Vidas poderiam ter sido poupadas se o DNIT houvesse vistoriado e realizado, tempestivamente, a manutenção dessa obra em péssimo estado de conservação. Infelizmente, a oportunidade foi perdida e, como diz o ditado, agora é tarde; Inês é morta.


Que a fatídica tragédia sirva de alerta, acendendo uma luz de advertência para que o Estado cuide melhor do patrimônio público, evitando a repetição de eventos danosos. É imprescindível proteger o interesse coletivo e zelar pelo bem comum, antes que outras vidas sejam ceifadas pela omissão.


O dinheiro que fomenta a corrupção – sem declinar nomes, para não incorrer no risco de cometer injustiça – poderia salvar vidas se fosse aplicado em estradas, saúde, segurança pública e em tantos outros setores essenciais à sociedade. Afinal, recursos desviados representam não apenas desperdício, mas também negligência institucional e desrespeito à vida.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

O meu melhor presente

 💝 O verdadeiro valor do presente não está no preço, mas no sentimento, no amor, no carinho, na lembrança… *JRDC

terça-feira, 24 de dezembro de 2024

🎅 Feliz Natal e Próspero Ano Novo

 🎄 Que o espírito do Natal encha sua casa de amor, paz e alegria, e que o Ano Novo traga ainda mais motivos para sorrir 🎅.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

A Dignidade Humana e a Realidade Brasileira

É difícil compreender como autoridades dos três poderes da República, com remuneração exponencial, conseguem dormir tranquilamente, sabendo que a grande maioria do povo brasileiro vive na pobreza. Muitos moram em favelas e alguns sobrevivem do que conseguem catar em lixões. 
 
O princípio da dignidade da pessoa humana, direito fundamental consagrado na Constituição Federal, parece cada vez mais distante da nossa realidade. Vivemos em um país onde poucos têm muito, enquanto muitos não têm nada — nem mesmo o mínimo existencial. Surge, então, uma pergunta inquietante: onde estão a equidade e a justiça necessárias para que possamos, de fato, falar em Direito? 
 
Para quem quiser se espantar, basta uma rápida pesquisa no Google para descobrir quanto ganha um deputado federal. Ao somar todos os penduricalhos, o montante mensal ultrapassa qualquer noção de razoabilidade. Esses parlamentares, que deveriam legislar em favor do povo, frequentemente agem em causa própria, defendendo apenas os seus interesses. Os cidadãos que os elegeram, paradoxalmente, acabam relegados a um plano secundário, quando não totalmente esquecidos. 
 
O Poder Judiciário também não escapa à crítica. Nos tribunais superiores, as remunerações frequentemente superam o teto constitucional, algo que pode ser facilmente constatado por quem se der ao trabalho de conferir os números. 
 
Enquanto isso, o professor — profissional responsável por formar e informar todas as outras categorias, essencial para o desenvolvimento de qualquer sociedade — continua recebendo um tratamento incompatível com a sua importância. Mal remunerado e constantemente desprestigiado, sofre com a desvalorização econômica e social que o sistema perpetua. 
 
É preciso repensar nossas prioridades como nação. Sem justiça social, sem equidade, sem valorização de quem realmente constrói o futuro, continuaremos reféns de uma estrutura que favorece poucos e marginaliza muitos. A dignidade da pessoa humana não pode ser apenas um princípio abstrato em nossas leis, mas uma realidade concreta no cotidiano de todos os brasileiros. 
 
Enfim, lamentavelmente, conclui-se: para a elite no poder, que tudo pode, o céu é o limite. Já para o pobre, na base da pirâmide social, o buraco é, literalmente, mais embaixo.

sábado, 14 de dezembro de 2024

Posse de novos membros da ALAS

Além de sócio correspondente da Academia Paraense de Letras - APL, da Academia Paraense de Letras Jurídicas - APLJ, fundador e presidente do Institito Histórico e Geográfico do Tapajós - IHGTap, agora sou membro honorário da Academia de Letras e Artes de Santarém - ALAS.

domingo, 8 de dezembro de 2024

Santarém em dia de festa

8/12 - Dia da Festa da Conceição, Padroeira de Santarém 

Prova infalível

Quando eu soltar meu último suspiro; 

quando o meu corpo se tornar gelado, 

e o meu olhar se apresentar vidrado, 

e quiserdes saber se inda respiro, 

eis o melhor processo que eu sugiro: 

— Não coloqueis o espelho decantado, 

em frente ao meu nariz, mesmo encostado, 

porque não falha a prova que eu prefiro: 

— Fazei assim: — Por cima do meu peito. 

do lado esquerdo, colocai a mão. 

e procedei, seguros, deste jeito: 

— Gritai “MARIA!” ao pé do meu ouvido, 

e se não palpitar meu coração, 

então é certo que eu terei morrido! 

 

*Padre Manuel Albuquerque, poeta amazônida nascido em 1906.

sábado, 7 de dezembro de 2024

Conformismo que incomoda

Estou considerando não mais escrever, pelo menos de forma intensa, como fazia outrora, sobre as mazelas que ocorrem em nossa cidade. Tenho a impressão de que esse esforço não é valorizado pelo povo, que parece resignado diante dos problemas. 

Reluto também em expor, com senso crítico, ações que considero, no mínimo, estranhas — para não dizer ilegais ou venais — por receio de represálias. Infelizmente, não é raro que malfeitores, em atos de revanchismo, consigam, como em um passe de mágica, inverter os valores e processar quem teve a coragem de denunciar seus ilícitos, posando de vítima em uma lamentável distorção da realidade. 

A corrupção, frequentemente camuflada, torna difícil sua comprovação. As fraudes geralmente decorrem de esquemas engenhosos, arquitetados por mentes férteis, mas voltadas ao mal. 

O período eleitoral, que deveria ser um marco para reafirmar os valores democráticos e republicanos, frequentemente frustra as expectativas de mudança. Em vez de fortalecer o sistema pelo voto consciente, ele perpetua um modelo político sustentado pelo clientelismo e pela dependência. 

Os órgãos de persecução penal, diante da rapidez e do alcance dos meios de comunicação, deveriam monitorar as redes sociais com mais atenção. Quando uma denúncia não for direta ou identificada, seria prudente investigá-la de forma discreta, utilizando recursos técnicos para identificar indícios de práticas criminosas. Somente com evidências concretas, os procedimentos legais deveriam ser instaurados, garantindo uma apuração justa, imparcial e eficaz. 

Precisamos corrigir o sistema político viciado que prega: “Tudo está bom, tudo vai bem, desde que eu esteja me dando bem!”. É hora de transformar essa mentalidade, exigindo ética, transparência e compromisso com o bem comum.