terça-feira, 20 de agosto de 2024

Restauração da Orla de Santarém

Comentei com o artista plástico Renato Sussuarana, meu dileto amigo, no Centro Cultural João Fona, sobre os ladrilhos da orla que ele fabricou e estilizou com mosaicos regionais. Sua arte, atualmente, encontra-se parcialmente avariada pelo decurso do tempo, necessitando de restauração. O renomado escultor e poeta garantiu que está pronto para refazer a obra, precisando apenas de autorização do município, pois ninguém melhor do que ele, criador da arte, asseguro, para realizar a esperada restauração do espaço, sala de visita da Pérola do Tapajós.

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

O apelido no futebol

*Por José Ronaldo Dias Campos

O politicamente correto no esporte às vezes soa estranho, levando em consideração a memória e os costumes em relação aos apelidos dos jogadores, muitos deles sugestivos, sem oposição dos indigitados, que os adotavam sem constrangimento.  

O tom jocoso das alcunhas não era criminalizado, e o mundo desportivo batizava o atleta com seu novo nome, com a cumplicidade da imprensa e os aplausos dos fãs e torcedores.  

Assistindo ao “Globo Esporte”, dia desses, chamou-me a atenção a reportagem produzida com o famoso jogador e comentarista desportivo “Grafite”, suscitando os seguintes questionamentos: isso seria possível atualmente? Como agiria o jogador entrevistado se o repórter global o chamasse publicamente de “Grafite” pela primeira vez? Ele o chamaria de racista? O processaria?

Apelido carinhosamente aplicado, com a aceitação do nominado, desde que não ultrapasse os limites do moralmente permitido, não macula nem diminui o apelidado, que ainda lucra com o rótulo midiático, a exemplo do ex-craque de futebol, que se orgulha publicamente da alcunha recebida.

Meu saudoso irmão, o famoso zagueiro Dias, que recebeu a chuteira do Zico após ferrenha marcação ao “Galinho de Quintino” em partida realizada no Estádio Elinaldo Barbosa, em Santarém, quando criança, recebeu em um campinho de futebol o apelido de “Quenchura”, que só a família sabe a causa que deu origem ao singular epíteto, o qual provoca sorrisos quando contado.

Enfim, você condenaria o mentor do apelido que o acompanha pela vida? Qual é o verdadeiro nome do “Grafite”? Alguém sabe? O nome do meu irmão eu adianto: Renan Dias Campos. Já as razões do esquisito apelido, só no pv. 🤪

domingo, 11 de agosto de 2024

11 de agosto, domingo, dia do Advogado

O inesquecível mestre uruguaio Juan Eduardo Couture Etcheverry (1904-1956), que a comunidade jurídica internacional conhece, admira e identifica como Eduardo Couture, Catedrático de Processo Civil, Decano da Faculdade de Direito de Montevidéu, deixou um notável patrimônio de trabalhos jurídicos em suas atividades de professor e de escritor. Merecem destaque Os Mandamentos do Advogado, com inúmeras edições em castelhano, português e em outros idiomas. Na introdução de uma delas constam observações acerca do decálogo do dever, da cortesia e da nobreza da profissão. Em poucas palavras, ele define a advocacia como arte, política, ética e ação. São suas as palavras adiante na versão em português do original espanhol pelos juristas Ovídio A. Baptista da Silva e Carlos Otávio Athayde.[1]     

            Como arte, a advocacia tem suas regras que, como todas as regras da arte, não são absolutas, mas, ao contrário, ficam confiadas à inesgotável aptidão criadora do homem. O Advogado foi feito para o Direito; não o oposto. A arte de interpretar as leis sustenta-se, acima de tudo, na excelsa dignidade da matéria confiada às mãos do artista. Como política, a advocacia é a disciplina da liberdade dentro da ordem. Os conflitos entre o real e o ideal, entre a liberdade e a autoridade, entre o indivíduo e o poder, constituem tema de cada dia. Envolvidos por esses conflitos, cada vez mais dramáticos, o Advogado não é uma simples folha na tempestade. Ao contrário, investido da autoridade que cria o Direito, ou da defesa que pugna pela sua justa aplicação, o Advogado é quem desencadeia, muitas vezes, a tempestade e pode contê-la.  Como ética, a advocacia é um exercício constante da virtude. A tentação passa sete vezes por dia pelo Advogado. Ele pode fazer de sua missão, como já foi dito, a mais nobre de todas as profissões, ou o mais vil de todos os ofícios. Como ação, a advocacia é um constante serviço aos supremos valores que regem a conduta humana. A profissão exige a permanente serenidade da experiência e do conhecimento dos princípios da Justiça. Porém, quando a anarquia, o despotismo ou o desprezo pela condição humana abalam as instituições e ameaçam os direitos individuais, então, a advocacia é militância na luta pela liberdade. Arte, política, ética e ação, por sua vez, são apenas a matéria da advocacia, que se revela mediante uma forma. Como toda arte, possui um estilo. O estilo da advocacia não é a unidade, mas a diversidade. De modo resumido, são estes os dez mandamentos do Advogado, expostos pelo imortal Eduardo Couture.   

            “(1) Estude. O Direito está em constante transformação. Se não o acompanha você será cada dia menos Advogado. (2) Pense. O Direito se aprende estudando; porém, se pratica pensando. (3) Trabalhe. A advocacia é uma fatigante e árdua atividade posta a serviço da Justiça. (4) Lute. O seu dever é lutar pelo Direito; porém, quando encontrar o Direito em conflito com a Justiça, lute pela Justiça. (5) Seja leal. Leal para com o cliente, a quem não deve abandonar a não ser que perceba que ele é indigno do seu patrocínio. Leal para com o adversário, ainda quando ele seja desleal consigo. Leal para com o Juiz que ignora os fatos e deve confiar no que você lhe diz; e que, mesmo quanto ao Direito, às vezes tem de confiar no que você lhe invoca. (6) Tolere. Tolere a verdade alheia como gostaria que a sua fosse tolerada. (7) Tenha paciência. O tempo vinga-se das coisas que se fazem sem a sua colaboração. (8) Tenha fé. Tenha fé no Direito como o melhor instrumento para a convivência humana; na Justiça, como o destino natural do Direito; na paz, como substitutivo benevolente da Justiça; e, sobretudo, tenha fé na liberdade, sem a qual não há Direito, nem Justiça, nem paz. (9) Esqueça. A advocacia é uma luta de paixões. Se a cada batalha for carregando a sua alma de rancor chegará o dia em que a vida será impossível para você. Terminado o combate esqueça logo tanto a vitória como a derrota. (10) Ame a sua profissão. Procure considerar a advocacia de tal maneira que, no dia em que seu filho lhe pedir conselho sobre o futuro, considere uma honra aconselhá-lo a ser Advogado”.

            Como afirma Couture, os mandamentos são “decálogos do dever, da cortesia e da nobreza da profissão. Querem significar em poucas palavras a dignidade do ministério do advogado. Ordenam e confortam ao mesmo tempo; mantém alerta a consciência do dever; procuram ajustar a condição humana do advogado à missão quase divina da defesa”.

[1]              Os Mandamentos do Advogado, 3ª ed., Porto Alegre: Sergio Antônio Fabris Editor, 1987, p.10 e s.

domingo, 4 de agosto de 2024

JK contra o sistema de governo

A mudança tem duas letras: JK, fácil de votar.

Juscelino Kubitschek, meu sobrinho, filho da minha saudosa irmã Rosilda Campos, foi assim registrado em homenagem ao presidente da república, que seria seu padrinho se não tivesse falecido antes do batizado. JK nasceu em 1975 e o ex-presidente morreu em 1976. Na fotografia, JK está com Sarah Kubitscheck, esposa do estadista.