terça-feira, 5 de março de 2013

Publiquem as fotos e ajudem a salvar o lago do Juá.

 
 
Crime contra o Juá continua sem punição


 
“Meus filhos eu vi..” dizia o índio Timbira a seu povo, ao falar da vergonha de ter perdido a guerra contra seus inimigos, no poema Yjuca Pirama de Gonçalves Dias. Hoje repete a frase um grupo de visitantes que ontem esteve à beira do lago do Juá, em Santarém. "Meus filhos eu vi, o grande desastre ambiental, a destruição em andamento do belo lago do Juá, berçário de peixes”.


Um dos igarapés que alimenta o lago, perdeu totalmente a sua transparência, por causa do barro amarelo que as chuvas arrastam da área desmatada pela impune empresa  imobiliária. Hoje, quem passar pela rodovia Fernando Guilhon, rumo a aeroporto verá os crimes até hoje sem punição, com graves consequências para a natureza e os habitantes de hoje e do futuro desta antes pérola do Tapajós.

O desespero da empresa imobiliária para tentar estancar a erosão causada por ela e as chuvas do forte inverno não surte efeito. Os sacos de areia só denunciam o desastre que devia ter sido evitado antes da obra começar. Hoje os sacos de areia são apenas a exposição do crime e que a natureza reage. O lago do Juá vai sendo destruído sem controle, a mata restante vai sofrendo os impactos da enxurrada e, como diz a cantiga – só Carolina não vê...

Só o ex-secretário de meio ambiente não quis ver, ao conceder licença ambiental de maneira fraudulenta, por ser parte interessada no negócio da alienação da terra; só os donos da imobiliária não quiseram ver por apenas mirar os lucros que ganhariam com a especulação imobiliária.

Será que as autoridades,  municipais e estaduais, como também a justiça também não verão a desgraça que carece ainda de punição e restauração da área devastada? Por acaso, o atual prefeito e o novo secretário de meio ambiente já foram lá ver de perto o que está ocorrendo? Será que a SEMA estadual e os juízes se darão ao trabalho de ir ver o tamanho do desastre ambiental provocado pela imobiliária e seu cúmplice secretário de meio ambiente?

Quem permitiu aquele crime não pode ficar impune; quem provocou o grande desmatamento da área Fernando Guilhon não pode ficar sem pagar pelo crime, não apenas com dinheiro, mas com justiça. O lago do Juá geme de dor, sufocado pela lama que a cada dia jorra da área barrenta do desmatamento da imobiliária. Meus filhos eu vi... só não vê que tem outros óculos turvos.

Fonte: site da Rádio Rural, texto da lavra do Pe. Edilberto Sena.

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