terça-feira, 12 de março de 2013

'Não sou contra o ativismo de sofá'

  Lévy: ‘Não sou contra o ativismo de sofá’ | Digital Public Sphere | Scoop.it

O filósofo francês Pierre Lévy, idealizador do termo 'inteligência coletiva', em entrevista prestada ao jornalista Bruno Lupion, de O Estado de S. Paulo, a respeito das petições online, assim se reportou:

 

Discussões na internet e comentários de notícias sempre parecem tender à difamação e agressão recíproca. Por quê?
Você está certo. Essas ferramentas online podem ser utilizadas pelas forças da escuridão e do ódio, e elas são! Não há outra forma de lidar com isso além de promover educação, alfabetização e alfabetização digital. E nós devemos também combater as má ideias online e offline.

Os governos pelo mundo estão dando uma resposta à altura a essas novas formas de engajamento político?
Eu acho que há um crescente senso da importância da esfera pública digital. Em geral, há uma mudança no debate público em direção ao mundo digital. De um lado, as pessoas podem debater e se expressar de forma muito mais eficiente com ferramentas digitais. Por outro lado, governos podem hoje ser muito mais transparentes, e os cidadãos precisam exigir essa transparência.

Há um risco de aumento de controle da internet pelos governos?
Claro! Em primeiro lugar, ditaduras, como China, Irã, etc, fazem censura e vigilância de seus oponentes. Aliás, os serviços de inteligência de todos os países tentam analisar os dados criados pelas pessoas. Porém, de forma geral, há muito mais liberdade de expressão com a internet do que sem ela. 

As futuras revoluções serão tuitadas?
As futuras revoluções... E as futuras contra-revoluções! Eu anuncio a ciberdemocracia há mais de dez anos. A evolução política em torno do globo provou que minhas previsões estavam certas.

Quais serão os próximos passos da ciberdemocracia?
Primeiro, uma melhora na inteligência coletiva online, uma inteligência coletiva mais reflexiva, mais hábil para conhecer a si mesma. Depois, uma melhor transparência dos governos, como justificativas e visualização das consequências das decisões orçamentárias.

É isso, professor. Você gostaria de dizer algo mais sobre o assunto?
Sim, eu acho que o domínio dos dados e da análise dos dados vai desempenhar um papel fundamental na vida política do futuro.

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