O assassinato dos médicos no Rio de Janeiro expôs, mais uma vez, o grave nível de insegurança que assola a cidade maravilhosa, para decepção de todos, destacadamente de turistas ávidos por apreciar tamanha beleza.
As comunidades que cercam os bairros nobres do Rio, sem generalizar, mantêm os moradores em estado de sobreaviso, para não dizer pânico, com constantes arrastões, sequestros, furtos, roubos e latrocínios, apenas para exemplificar.
As favelas, agora chamadas de comunidades, são controladas por facções criminosas que impõem suas próprias leis e governam sob ameaça de milícia armada, que opera publicamente, com exibicionismo, sem cerimônia. A presença policial, estatal, é escassa, para não dizer inexistente, nessas áreas.
Esse "estado paralelo" controla serviços essenciais como energia elétrica, água, gás, internet e transporte, além de cobrar proteção aos indefesos comerciantes, obscurecendo o estado de direito, que permanece passivo e humilhado diante de ações brutais desses meliantes.
O tráfico de drogas, principal fonte de receita das organizações criminosas, espalha-se como uma praga na sociedade, causando diversos malefícios, com desenvoltura em outras atividades ilícitas.
Em uma demonstração de poder, como evidenciado na investigação da barbaridade em comento, o "tribunal do crime", de imediato, reuniu e decidiu, frustrando a ação da Polícia Judiciária e do próprio Estado-juiz, eliminar sumariamente os executores dos médicos. A cúpula do justiçamento não perdoa erro, nem traição, elimina sem compaixão, para não deixar rastros.
Os tentáculos das facções estão em todo lugar e não respeitam ninguém, cometendo os mais horrendos delitos, alastrando terror, submetendo cidadãos de bem aos desatinos desses meliantes.
O pior de tudo é que as comunidades, sob a influência dos chefes do tráfico, elegem políticos para o legislativo e mesmo executivo, malferido saudáveis princípios republicanos.
É necessário e urgente, penso eu, abrirmos discussão nacional objetivando encontrar solução para essa moléstia social que cresce exponencialmente no país, protegendo as pessoas que vivem sob o domínio do “estado marginal”, que tudo controla nas comunidades.
Além de políticas públicas adequadas, deve-se considerar a criação de um novo tipo penal para lidar com criminosos da espécie, reincidentes de altíssima periculosidade, que acumulam dezenas de processos e têm penas definitivas superiores à expectativa média de vida, e mesmo assim, continuam a liderar associações criminosas do interior de presídios, sem chance de ressocialização.
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