O politicamente correto no esporte às vezes soa estranho, levando em consideração a memória e os costumes em relação aos apelidos dos jogadores, muitos deles sugestivos, sem oposição dos indigitados, que os adotavam sem constrangimento.
O tom jocoso das alcunhas não era criminalizado, e o mundo desportivo batizava o atleta com o seu novo nome, com a cumplicidade da imprensa e os aplausos dos fãs e torcedores.
Assistindo ao “Globo Esporte” neste momento, chamou minha atenção a reportagem produzida com o famoso jogador e comentarista desportivo “Grafite”, e veio-me o questionamento: isso seria possível atualmente?
Como agiria o jogador entrevistado se a repórter global o chamasse publicamente de “grafite” pela primeira vez? Ele a chamaria de racista? A processaria?
Apelido carinhosamente aplicado, com a aceitação do nominado, que não ultrapasse o limite do tolerado, do moralmente permitido, não macula nem diminui o apelidado, que ainda lucra com o rótulo midiático, a exemplo do ex-craque de futebol, que se orgulha publicamente da alcunha recebida.
Meu saudoso irmão, o famoso zagueiro Dias, que recebeu a chuteira do Zico após ferrenha marcação ao “Galinho de Quintino” em partida realizada no Estádio Elinaldo Barbosa, em Santarém, quando criança, recebeu em um campinho de futebol o apelido de “quenchura”, que só a família sabe a causa que deu origem ao singular epíteto, que provoca sorrisos quando contado.
Enfim, você condenaria o mentor do apelido que o acompanha pela vida? Qual é o verdadeiro nome do “Grafite”? Alguém sabe? O nome do meu irmão eu adianto: Renan Dias Campos.
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