domingo, 8 de outubro de 2017

1940 – Há 77 anos: a visita de Vargas ao projeto Ford

Hoje, domingo, 8 de outubro de 2017

O presidente Getúlio Vargas que agenda o período de 06 a 14 para visitar a Amazônia, chega em Belterra no final da manhã de terça-feira, 8, procedente de Belém, a bordo de um avião modelo Comodoro, bimotor, prefixo PP-ETE, da Panair do Brasil, acompanhado pelo general Edgard Facó (Comandante 8ª Região Militar), do Dr. Luís Fernandes Vergara (Ministro Chefe da Casa Civil), do senhor João Alberto Lins de Barros (ministro Chefe da Comissão de Defesa da Economia Nacional), dos coronéis Benjamim Vargas e Jesuíno de Albuquerque e dos capitães Manoel dos Anjos e Mattos Vanique.

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Após a decolagem em Belém, o avião escala em Gurupá para reabastecer, e depois amerissa nas águas do rio Tapajós, em Pindobal, porto oficial da Companhia Ford Industrial do Brasil.

A visita presidencial tem por objetivo atender ao convite de Henry Ford; o interesse pessoal do presidente Vargas em conhecer o projeto da Companhia Ford, no Pará, destinado à produção de borracha natural em grande escala, para atender a demanda da indústria da Ford Motor Company, nos EUA, e sua relação de trabalho com a mão de obra nacional.

Recepcionado pelos procuradores da Companhia, Enri Bramnstein e Archibald Johnston, e por outros dirigentes, que logo comentam sobre o desejo de Henry Ford em encontrar-se com o presidente da República do Brasil no projeto, aproveitam para ratificar a justificativa sobre a ausência de Ford, antecipada protocolarmente antes da partida da capital federal, no RJ.

Após a calorosa recepção em Pindobal, a comitiva presidencial se desloca para a Vila e depois do almoço, tendo como guia o próprio procurador Enri Bramstein, percorre parte do projeto agro comercial para conhecer as instalações da administração; do jovem plantio de seringueiras; do Hospital Henry Ford, onde prolonga o tempo da visita pois decide conversar com os enfermos ali internados. Além de participar da instalação de uma creche, na Estrada 8, batizada com o nome da esposa Darcy Vargas; da inauguração da Praça Getúlio Vargas, em sua homenagem, numa grande festa operária, onde discursa. E, à noite, reúne com os técnicos do projeto no Club House, onde lhe é oferecido um banquete e volta a discursar, para depois recolher-se à Casa 1.

No dia seguinte, 9, ainda assiste a exibição do metódico trabalho de enxertia da seringueira, executado pelo empregado “Mestre Sena” (Antônio Alves de Sena), sob os olhares de Getúlio Vargas, Archibald Johnston, Enri Bramnstein, Arnaldo Freitas e outros.

Antes de retornar a Pindobal e deixar Belterra com destino a Manaus, AM, é saudado no campo experimental por cerca de 2.000 trabalhadores aos quais disse “ter gostado tanto do que viu, que preferiu pernoitar ali que em Santarém”.

No dia 14, quinta-feira, da semana seguinte, retornando de Manaus e Porto Velho, a comitiva presidencial amerissa em Santarém para uma rápida visita, inclusive à matriz de Nossa Senhora da Conceição e a sede da Prefeitura, e parte em seguida para pernoitar em Belém.

PS: Na viagem pela Amazônia, a comitiva de Vargas se utilizou de um avião modelo Comodoro, da Panair do Brasil, comandado por Tenan. Enquanto que no trecho Rio-Belém-Rio, de um avião modelo Lockheed, da Panair, pilotado por Nero Moura.

(Fonte: Livro- Getúlio Vargas- Diário- Volume II- 1937/1942- Siciliano/FGV- 1995- Pág. 343).
∴ É Jornalista (Fontes: Arquivo Pessoal e ICBS).
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