A crescente judicialização das demandas previdenciárias expõe, de forma cada vez mais clara, a precariedade dos serviços prestados pelo Segurador Oficial — o INSS. Quem mais sofre com esse cenário é o trabalhador, que, ao buscar o amparo a que tem direito, se depara com um sistema ineficiente e desumano.
O segurado, elo mais frágil dessa relação, não raro se vê compelido a recorrer ao Poder Judiciário para obter aquilo que lhe é devido por lei — um ônus financeiro e emocional pesado, sobretudo para quem já se encontra em situação de vulnerabilidade.
O prolongamento da tramitação dos processos apenas acentua esse sofrimento. Enquanto o tempo passa, a angústia cresce, e o direito — que deveria ser imediato, por ter natureza alimentar — se torna promessa distante. O impacto é direto no valor dos benefícios, corroídos pela espera e pelo descompasso entre o momento da necessidade e o do efetivo pagamento.
É urgente repensar o atendimento do INSS. Procedimentos mais simples, menos burocráticos, somados à qualificação dos servidores — tanto nos balcões físicos quanto nos canais remotos — poderiam reduzir a judicialização e, mais importante, resgatar a dignidade de quem depende desse serviço público.
O Judiciário jamais deveria ser a primeira opção do cidadão hipossuficiente na luta pelo reconhecimento de um direito tão básico quanto a verba alimentar. Antes disso, a Autarquia Federal tem o dever de garantir uma prestação eficiente e sensível à realidade dos segurados.
Que o INSS — mais que se sensibilizar — assuma sua responsabilidade e enfrente esse grave problema, minimizando o sofrimento de quem só busca o que lhe é de direito.