domingo, 13 de julho de 2025

Estado do Tapajós: uma aspiração histórica

Caros conterrâneos,

Creio que já passou da hora de concretizarmos a emancipação político-administrativa do Oeste do Pará, historicamente subjugado aos interesses da metrópole. Não se trata de gesto separatista movido por ressentimentos, mas de um passo necessário à construção de um futuro mais justo, equitativo e promissor para nossa gente.

Que o Estado do Pará, mãe generosa, compreenda e acolha com amistosidade essa legítima aspiração emancipatória. A divisão territorial não romperá os laços de cultura, história e afeto que nos unem. O que se pretende é, tão somente, que o Oeste do Pará possa autogerir-se com autonomia, imprimindo suas próprias prioridades ao desenvolvimento regional, sem o viés centralizador que há décadas sacrifica nosso progresso.

Não nos falta legitimidade. Já enfrentamos um plebiscito, em 2011, no qual o povo da região, de forma contundente e democrática, manifestou-se favoravelmente à criação do Estado do Tapajós, com mais de 98% dos votos válidos. Ainda assim, o projeto foi frustrado pela oposição ferrenha da capital e pela lógica majoritária do eleitorado concentrado em Belém e arredores, que insiste em decidir por nós — mesmo diante da abissal distância física, econômica e institucional que nos separa.

Belém, a capital, nada perderá. Permanecerá como centro político de um território ainda vasto, com estrutura consolidada e recursos suficientes para seguir sua caminhada. O que se propõe é a reorganização territorial que viabilize um novo modelo de gestão regional, onde Santarém possa, enfim, exercer seu protagonismo, liderando um Estado nascido da esperança, da diversidade e da força do seu povo.

É chegada a hora de retomarmos esse debate com maturidade e coragem. O Estado do Tapajós não é apenas uma aspiração histórica. É uma urgência contemporânea.

Um comentário:

  1. Santarém, futura capital do Tapajós

    Embora separados fisicamente pela extensa distância (mais de uma hora de Boeing 737), a metrópole, equivocadamente, não permitiu a nossa emancipação, mantendo no cabresto uma região que declarou nas urnas, via plebiscito, quase à unanimidade de seu povo e de forma peremptória, a intenção de se tornar independente, de formar uma nova unidade federativa, justa pretensão que se perde ao longo da história.

    Mesmo confessando, e não poderia ser diferente, gostar de Belém, capital deste Estado, onde me formei, torço sim, e muito, pela emancipação da região oeste do Pará, que um dia chegará, e parece não estar longe, pela readequação territorial sabiamente definida na nova investida perante o Congresso Nacional.

    A capital, é bom ressalvar, nada perderá com a cisão, que eu nomino de um inevitável divórcio, pois ficará com toda estrutura física construída ao longo de séculos, adequada a um território ideal a se administrar; sendo que nós, do novo Estado, iniciaremos quase do zero.

    Quem mora aqui sente e sofre com a centralização da gestão pública na metrópole, em face da inquestionável distância que nos separa.

    Os laços de afinidade continuarão, pois são eternos!

    👆Texto escrito anteriormente que reproduzo como reforço argumentativo.

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