Hoje, com o passar dos anos, já não carrego urgências inúteis nem disputas que nada acrescentam. O tempo — generoso e severo — ensinou-me a distinguir o essencial do supérfluo, o que permanece daquilo que apenas passa. E tudo, ou quase tudo, passa.
Desejo, tão somente, deixar boas passagens da vida terrena: registros de bondade, gestos simples de fraternidade e palavras que não ferem, mas acolhem. Nada além disso. Talvez menos.
Aprendi que a verdadeira grandeza não está no acúmulo, mas na partilha; não no ruído, mas na escuta; não na vitória sobre o outro, mas na capacidade de caminhar junto. A felicidade, percebo agora, não é um ponto de chegada, mas uma busca cotidiana, feita de pequenos instantes, de afetos sinceros e de paz interior.
Se algo quero legar, que seja a lembrança de alguém que tentou ser justo sem ser duro, firme sem ser insensível, ensinar sem arrogância, humano acima de tudo.
O resto, o tempo se encarrega de levar — ou de sepultar — pois somos todos falíveis, mortais.
Feliz Natal, @migo leitor. 🎄
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