domingo, 26 de janeiro de 2025

Alter do Chão, no interior da Amazônia

Alter do Chão tem  características próprias: muda e se renova com as estações do ano, amigo leitor. O cristalino Rio Tapajós modela e dimensiona suas belas praias o tempo todo.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

No vácuo da incompetência

A violência que se alastra pelas periferias, comunidades e favelas do Rio de Janeiro deve ser debitada ao Estado, que cedeu espaço às organizações criminosas.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

PIX - Azedou para o govermo

povo não reclamaria do novo regramento do PIX se o governo fosse transparente, controlasse rigorosamente as contas públicas, abandonasse a prática de negociar emendas parlamentares, evitasse o desperdício, combatesse a corrupção e os altos salários;  mesmo angustiado com a alta carga tributária que lhe é imposta.

A indignação com as mudanças reflete algo mais profundo: a falta de confiança nas instituições. Não é apenas o temor da fiscalização ampliada ou das novas obrigações; é o cansaço de um sistema que, aos olhos do povo, parece sempre cobrar mais sem dar o retorno esperado.

A censura popular fez o governo recuar.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Recomendação ao Prefeito

Escrevi em março do ano passado o seguinte artigo, mas não adiantou nada. Hoje, caminhando pela orla, notei que estão fazendo reparo em um trecho considerável do calçadão. Espero que restaurem o espaço com idênticos ladrilhos, deixando a obra sistêmica, uniforme, harmônica, obediente ao projeto inicial. Vide 👇🏽


Não basta edificar, é preciso preservar


A orla de Santarém, recentemente concluída, justiça se faça, ficou muito bonita, atraente, embelezando a frente da cidade contornada pelos majestosos rios Tapajós e Amazonas, com destaque ao encontro das águas, presente da mãe natureza.


Entretanto, noto, durante as minhas caminhadas, que a cada semana que passa aumenta a sua descaracterização, devido à falta de conservação.


Os ladrilhos, em alguns pontos, estão sendo sacados ou quebrados sem a necessária substituição.


Quando não fica o buraco no piso, enfeando o ambiente de lazer, preenchem o vácuo com cimento cru, atrofiando a estética da calçada.


Esperava-se, e aqui reside o meu inconformismo, que deve ser recebido como contribuição, que o município deveria manter uma equipe permanente para promover revisões periódicas da obra, para eventual conserto.


A orla de Copacabana, com o piso de pedras importadas de Portugal há mais de 100 anos, preserva a sua originalidade, mantendo o estilo e o design ambiental até hoje, projetando-se para o futuro.


O que se espera, doravante, para a manutenção das obras que valorizam as belezas da pérola do Tapajós, é que a gestão municipal volte a sua atenção, de modo permanente, à conservação dos logradouros públicos da cidade e de seus equipamentos sociais, antes que os danos se tornem mais difíceis ou mesmo impossíveis de reparação.


Uma equipe chefiada por um mestre de obra diligente resolveria o problema que é crônico em nossa cidade.


Será que esse povo mora em Marte?

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Sou assim…

Eu compartilho da mesma concepção do Movimento Antropofágico, idealizado pelo modernista Oswald de Andrade na década de 1920. 

Nutro-me de leituras para compor meus próprios textos, que ganham vida própria. O que é “digerido” se funde ao que foi absorvido, originando novas ideias. 

Minha formação é o resultado das informações que escolho e filtro ao longo da vida, em um processo contínuo de criação e recriação. Com um celular às mãos, tudo acontece: as ideias fluem naturalmente, e eu as documento.

sábado, 4 de janeiro de 2025

Estado Paralelo, Marginal

Por José Ronaldo Campos

A insegurança que aflige o brasileiro decorre da ausência do Estado, que tolera a existência e o fortalecimento do crime organizado em todo o país. Não se pode culpar exclusivamente a polícia por essa expansão, mas sim o Estado como um todo, que permitiu que essa endemia se enraizasse, ganhasse corpo e se fortalecesse, até adquirir um poder que desafia as instituições.

As facções criminosas, que inicialmente dominaram as periferias e hoje se espalham por todo lugar, possuem força eleitoral suficiente para eleger seus próprios representantes. Estes, por sua vez, atuam como porta-vozes do crime no legislativo, exercendo influência e poder, muitas vezes através da corrupção e da intimidação. É inegável que já se percebe a infiltração de membros ou aliados do crime organizado nos poderes da República, corrompendo valores e desestabilizando as bases do Estado Democrático de Direito.

Quem conhece o Rio de Janeiro entende perfeitamente o que está em questão. Comunidades inteiras vivem sob o domínio de traficantes, que substituíram a presença do Estado. Eles ditam regras, aplicam penas, executam sentenças de morte e controlam a vida dos moradores. São os novos “senhores do território”, enquanto os poderes constituídos – legislativo, executivo e judiciário – permanecem inertes. O Estado paralelo, ou melhor, o Estado marginal, não apenas desconsidera as instituições oficiais, mas as afronta diretamente, reforçando seu domínio e ampliando sua influência.

Minha maior preocupação é que essa força paralela, sustentada por um poder econômico robusto, acabe por superar o poder estatal. Se isso acontecer, nossas instituições poderão ser completamente dominadas, estabelecendo um regime de caos e opressão. Estamos diante de um cenário onde o crime, munido de recursos financeiros e armamentos pesados, já disputa espaços de poder político e institucional.

Como bem dizia o jurista J. J. Calmon de Passos: “Poder sem força é água de barrela.” Essa frase ilustra com precisão o enfraquecimento das nossas instituições diante do avanço do crime organizado.

Vivemos um estado de insegurança tão alarmante que a liberdade constitucional de ir e vir tornou-se privilégio de poucos. Quem ousa sair às ruas usando relógio, corrente ou celular sem sentir medo? Quem se arrisca a transitar por áreas dominadas por facções criminosas? A violência não é mais uma ameaça distante; é uma realidade que atinge a todos.

E quem, em sã consciência, teria coragem de subir um morro no Rio de Janeiro? Vá lá e depois me responda. O que encontraremos não é apenas violência, mas um retrato cruel do fracasso estatal: o abandono de milhares de brasileiros à mercê do poder paralelo.

A reconstrução do Estado e a retomada do controle territorial não são apenas necessárias, mas urgentes prioridades. Caso contrário, estaremos não apenas assistindo ao colapso, mas sendo por ele engolidos.