Aos que afirmam que a eleição direta para a presidência da OAB nacional só beneficiará São Paulo, devido ao grande número de advogados inscritos naquela seccional, eu respondo:
a) ledo equívoco! Esse argumento, além de antigo, não se sustenta e serve apenas para perpetuar um sistema eleitoral em declínio;
b) a manutenção dos critérios eleitorais atuais apenas preserva o rodízio entre os conselheiros efetivos, com escassa possibilidade de mudança, prestigiando a cultura do compadrio;
c) o voto na OAB não é obrigatório (pelo menos não há sanção), o que seguramente limita o universo de votantes;
d) a maioria (ou grande parcela) dos advogados inscritos na seccional de São Paulo não é paulista;
e) a simples análise dos mais renomados juristas do país revela intensa diversidade em torno de suas origens, bastando conferir;
f) São Paulo possui generosa população de nordestinos e nortistas, refletindo diretamente na composição do quadro de profissionais do direito;
g) o advogado no certame, como agente do direito, precisa e deve eleger o melhor candidato, independentemente de sua naturalidade;
h) para arrematar, a título de exemplificação, concluo: Lula é um retirante nordestino e venceu três eleições para a presidência da república.
Portanto, sem mais delongas, creio haver chegado o momento de experimentarmos, em homenagem ao Estado Democrático de Direito, conforme estabelece a Constituição Federal da República, o voto direto.
Faço essa singela exposição com base na minha experiência como ex-presidente da Subseção da OAB-Santarém (PA), Conselheiro Seccional por três mandatos e Conselheiro Federal, objetivando reforçar o movimento democrático deflagrado em todo o Brasil.
Busco, enfim, melhor representatividade para a OAB, almejando o nome de um jurista de vanguarda, reconhecido nacionalmente por seu vasto conhecimento e integridade, capaz de restaurar a boa reputação da instituição, que já foi considerada a de maior credibilidade no país.
O OAB d’outrora, com respaldo popular, arrisco mencionar, já teria provocado o impeachment de muita autoridade por aí!
*José Ronaldo Dias Campos.
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