Passei a semana santa há alguns anos na cidade de Fortaleza e pude
constatar que o cearense, mesmo com as adversidades da vida, é um povo feliz. Ao
aguardar minhas meninas que, acompanhadas da mãe, compravam lembranças nas
cercanias do Mercado Central, presenciei passar ao largo vendedor de tudo
(coco, água mineral, sacola, chapéu de sol, artesanato, mingau, sopa etc...) e
escutei atento ao que tagarelavam abertamente por quase duas horas. A
comunicação informal, carregada de jocosidade, chamou a minha atenção,
porquanto, embora vivendo de subemprego, sorriam felizes uns com os outros, como
se tudo estivesse às mil maravilhas, mesmo que o estoque de mercadoria desses
ambulantes se resumisse àquilo que carregavam consigo, e alguns nada ainda
tivessem vendido até àquela hora da manhã, com o sol quase a pino. Compreendi,
então, o porquê do Nordeste possuir tantos humoristas bons espalhados por este
imenso Brasil. Entendi, também, que o humor desse povo aguerrido e alegre é o
motor que o impulsiona a querer sempre mais e mais, ou pelo menos sobreviver dignamente.
domingo, 4 de abril de 2021
Bom humor que contagia
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