Artigo publicado no facebook do Belterrense Oti Santos, em 18 de março de 2023
“A morte do dono, e a venda de Boa Vista
Há 96 anos (18.03.1927) falecia, aos 80 anos, vítima de tétano, na Ilha de Urucurituba, no rio Tapajós, município de Aveiro, assistido pela família na “Casa Grande” da propriedade da sua família, o “Seu Diogo Franco” (Diogo José da Silva Franco).
Natural dali mesmo, de descendência lusitana, viúvo do primeiro enlace conjugal, bastante popular na região por suas atividades comerciais proporcionadas pela produção, compra, venda e revenda de produtos do extrativismo. Além de senhor de algumas porções de terras, dentre as quais os sítios Remanso e Boa Vista, na margem direita do rio, bem defronte Urucurituba, e de seringais no alto Tapajós.
Meses após seu falecimento, em meados de 1928, “Dona Bibiana” (com quem vivia em concubinato) recebeu a visita dos emissários de Henry Ford, que lhe informaram sobre o projeto do industrial americano e da concessão pelo governo do Pará da área de 1 milhão de hectares para tal fim, na qual estavam inseridos os referidos sítios. Assim, como, do interesse da Ford em negociar a posse de Boa Vista, por ser o local mais adequado para a implantação do porto do projeto a ser implantado.
Sem esboçar resistência, após ouvir bem sobre a intenção dos americanos através do intérprete David Raiker, respondeu que negociaria “Boa Vista” mediante a importância de 30 contos de Réis. Acordadas as partes quanto ao valor, foi lavrada a escritura pelo tabelião de Aveiro e, depois de postas as assinaturas, os malotes foram despejados sobre a maior das mesas da “Casa Grande”, para a conferência das notas em moeda corrente nacional.
PS1: Conforme consta do livro de sua própria autoria (“O Tapajós que eu vi”, ICBS, 1998”), o saudoso Eymar Franco relata haver testemunhado, quando criança (aos 7 anos de idade), na Ilha de Urucurituba, a contagem do dinheiro (e que em toda vida nunca viu tanto dinheiro como naquela ocasião) relativo à venda das benfeitorias e do direito de posse de “Boa Vista” pela família do seu avô Diogo Franco a Henry Ford.
PS2: Capa do livro “O Tapajós que eu vi”, de Eymar Franco, a ser relançado em breve, pelo ICBS.
∴ É Jornalista (Fontes: Arquivo Pessoal e ICBS).”
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